SIMPLESMENTE...HUMANO...
Você sabe realmente quem é?
O que te move? O que te comove
O que te faz dar um passo
além? Ambição? Sonhos?Ideais? Esperança? Incerteza? Medo? Dúvidas?
Que não as têm??Tudo isso faz parte
dessa delicada fragilidade que nos une, por mais rótulos que nos demos ou
queiram nos dar...
O que te faz sorrir? O sol a cada
novo dia? Uma criança? Um carro novo?
O que te faz estremecer? A incerteza
do amanhã que nem chegou? O receio das expectativas frustradas? Ou viver essa
intensa fragilidade humana, tão dependente de regras, conceitos, preconceitos e
paradigmas, que mal chegam a tocar a tez da realidade... E afinal, o que é
realidade, se tudo é tão instável, apesar da nossa ferrenha necessidade de certezas...
Que bom se certezas nos salvassem dos erros, mas muitas vezes, o que é certeza,
hoje, passa a ser dúvida, no momento seguinte...E vice versa...Então, qual o
melhor caminho? Talvez o mais difícil, o mais amedrontador: caminhar pelos
insólitos labirintos de si mesmo, explorando, lentamente, essa tênue complexidade
denominada Natureza humana... Sentiu um arrepio??Gelou? Deu vontade de fazer
outra coisa? É assim mesmo; é mais fácil, mais cômodo, tão melhor, porque infelizmente,
não é para muitos, mas para poucos corajosos iniciar tão insólita viagem...
Ser humano é permitir-se ser
complexo, confuso, caótico, mas, para muitos, o caos é assustador, é quase
imutável, mesmo não sendo... Ser humano é ser contraditório, mas parece ser
ameaçador que o mundo espalhe tão terrivelmente essa contradição...Somos o que
somos, mas não somos conclusos; podemos nos reconstruir a cada momento, por
isso, cada momento é importante, dentro da história de cada ser...O que é
importante para mim, simplesmente, é, mesmo não sendo para o resto...O que
penso é importante para mim, simplesmente é, mesmo não sendo para os
outros...Justificativas só servem para mostrar que me julgo menos importante do
que os outros, porque me preocupo com suas opiniões e julgamentos...Mas não
preciso ser justificada; sou, e só por isso, posso me permitir ser o que
realmente sou... E quanto tempo temos perdido com outras coisas, tantas coisas,
milhões de coisas, que nada tem a acrescentar em nossa Humanidade... Mesmo
assim, gostaria de compartilhar com vocês dessas nossas frágeis humanidades,
dizendo que nos extensos caminhos desse Labirinto chamado Natureza
Humana, vou redescobrindo que o mal que me atinge é, muitas vezes, antes de
tudo, aceito e permitido por mim;
Vou descobrindo, também, que o bem
que faço é, na maior parte das vezes, intuitivo e natural, porque me deixo
levar pelo Olhar interior; olhando mais, para dentro de mim, descubro que tudo
se amplia, tudo se reconfigura, inesperadamente,
Andando, agora, mais livremente, por
esses sinuosos caminhos de mim mesma, sem medo, mas reconhecendo que tudo isso
sou eu mesma, vou me inteirando daquilo que realmente posso e devo saber; livre
das tênues certezas humanas e mais próxima da minha própria identidade,
Agora, a falta de alternativas
instiga-me a recuar, buscando novas saídas; obriga-me a fazer novas escolhas,
menos acomodadas e comodistas, mas , por isso mesmo, mais conscientes e
coerentes com minha própria Verdade; sou coagida a fugir de mim, primeira e
instintiva reação, ou a desvelar-me, o que me amedronta, tanto quanto me
fascina;
Agora, posso arriscar-me ao
Inusitadamente humano, porque não aceito ser manipulada pelos meus limites ou
por quaisquer limites que queiram colocar, em meu caminho, afinal a liberdade
implica em mudar antigos itinerários e roteiros, algo sempre muito difícil e
quase paralisante, mas tremendamente prazeroso, quando não se teme o que se é,
verdadeiramente;
Agora, vou além do simples
pensamento, da mera palavra, transcendendo a mim mesma, pelo gesto concreto,
pelo passo à frente, que me põe frente a frente com os meus medos mais
profundos;
Agora, aceitando minhas Fragilidades,
descubro a Força da minha Humanidade;
Posso confrontar meus medos, posso
avançar rumo ao Infinito de mim mesma, posso desvendar-me, sem temer meus
próprios conflitos e contradições;
A Força da minha Autenticidade emerge
das minhas próprias contradições, da minha própria impotência diante dos meus
conflitos, porque tudo isso me leva a dar um passo a mais, um passo mais largo,
mais distante de meus próprios limites humanos;
A minha Coragem surge como consequência
natural da falta de soluções e respostas para meus conflitos; impondo-me a
impotência acovardada diante deles ou o passo destemido rumo ao desconhecido,
obrigando-me a libertar-me de riscos calculados, de probabilidades
premeditadas, da ânsia pelo controle de todas as situações;
Ao invés de seguir velhos roteiros,
cheios das rasuras dos meus erros; prefiro içar velas e deixar-me ser levada
pelo aqui e agora, único lugar seguro, num mundo tão repleto de
transitoriedades;
Ao invés de perder tempo, retrucando,
quando sou incompreendida, volto-me ao meu Deserto interior: território da
minha própria complexidade, onde o silêncio não me amedronta, mas me faz
desposar verdadeiramente de toda a liberdade;
Ao invés de remoer erros, mágoas e
falhas, minhas ou alheias, prefiro perguntar ao Agora, como posso ser mais
feliz, hoje, nesse exato momento,
E compreendo, cada vez mais, que só o
encontro com outras humanidades, dispostas como eu, a fazer essa viagem, pode
realmente enriquecer-me, libertando-me de minhas lassas certezas e tolas
pretensões;
Assim, torno-me mais humana, sem
querer ser o que não posso, nem devo ser, mas fazendo-me melhor com aquilo que
sou e que é verdadeiro em mim;
Assim, movo-me em direções
inusitadas, movimento-me em dimensões inesperadas, sou movida aleatoriamente
por uma Força interior e profunda que emerge de minha própria Humanidade, como
uma voz que ressoa, dentro de mim, dizendo-me: A tua Humanidade só é plena,
quando, capaz de levar-te além de tudo o que pensas saber de tudo e de ti mesma,
por isso, avança, caminha, prossegue...
E
você? Ainda pensa que agradando a todos vai conseguir o reconhecimento que
merece?
Ou
ainda vive ouvindo, dentro da sua mente, a polifonia de tantos rótulos que te
colocaram?
Você
ainda pensa que é mais fácil fingir ser forte, mesmo quando tudo, dentro de
você, está desmoronando?
Aonde
você pensa chegar; fazendo exatamente o que esperam que você faça?
Até
aonde você vai para sentir-se acolhido, como realmente é, num mundo tão cheio
de complexidade, como é o mundo humano?
Até
onde você vai para sentir-se plenamente humano, já sendo?
Porque
procura tão longe o que está tão perto? Ainda não percebeu que tudo fica mais
longe, quando se está distante de si mesmo?
Por
onde você já andou pra se sentir humano? E porque ainda se sente tão vazio?
Porque esse vazio te amedronta? Por que teme seu próprio Deserto? Ainda não
compreendeu que é preciso atravessar o deserto, pra conhecer um oásis?
Porque
você vai tão longe e depois se arrepende de ter ido, porque simplesmente tudo
continuou tão igual? Porque acredita tanto no que vê e tão pouco no que vem de
dentro de você?
Até
onde você vai para sentir-se satisfeito consigo mesmo, se está deixando a sua
mente correr atrás do minuto seguinte, do dia seguinte, do mês seguinte e assim
por diante?
Você
acredita, realmente, que tem algum controle sobre o próximo segundo, o próximo
minuto, a próxima hora? Se acredita nisso, devo te dizer que não tem controle algum;
tudo é mutável, tudo é inconstante, tudo é variável... O que você vê como
estável, na verdade, é a sua mente tentando levar você para um lugar que sequer
existe, aqui, fora, porque esse lugar só existe dentro de você mesmo, e a mente
não quer você sequer cogitando dar uma
passadinha por lá. Tanto que ela já deve ter dito que lá, só tem fantasmas, esqueletos,
imundícies, e você ingenuamente acreditou... Acreditou tanto que jamais quis
desafiar sua própria mente a ir até lá, mergulhando fundo, nos seus medos e
dúvidas...Preferiu acreditar na razão e sentir-se seguro, mas...Ainda se sente inquieto,
incomodado, por algo que sequer compreende...Quem sabe, não seja a hora de você
abrir mãos de suas certezas, romper com seus paradigmas, rasgar seus rótulos e
simplesmente ver o que tem lá...Surpreenda-se e permita-se ser surpreendido...Arrisque
e desfrute a vitória da tentativa consciente, da paz coerente consigo mesmo,
que surge depois dela, ao invés de viver ancorado no porto seguro das suas
próprias ilusões mentais...Despoje-se de tudo que sabe ou pensa ser, para
vislumbrar tudo que você ainda pode ser...Surpreenda-se e permita-se ser
surpreendido...Então, depois, simplesmente, partilhe isso, como eu partilhei
tudo isso com você...e quem sabe amanhã, você tenha alguma coisa surpreendente
para contar...Pode ter certeza, eu ainda estarei aqui, para te ouvir...
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