CONHECENDO O SER
CONHECENDO O SER
A existência não pode ser vista de
uma forma restrita e opaca; seus ângulos e nuances devem ser observados com visão ampla e mente aberta. Sem
tentarmos desvendar, ainda que sutil ou profundamente, tudo que envolve o Ser,
qualquer conceito da Realidade pode ser ilusório
e enganoso.
Podemos entender o Holus profundo, como o infinito do Ser, o espaço
imensurável, onde definirá sua Identidade e escreverá sua História, tanto
pessoal, quanto humana. Esse é o estado Anima-In.
Do mesmo modo, a Exorbis é tudo aquilo que o rodeia,
na Exterioridade, desde o que pode até o que não pode mensurar nem imaginar e
tudo o que passa pelos seus sentidos. Por ser visível, a Exorbis possui ampla densidade,
e por ser condensada, por uma enorme energia egóica, mostra-se, por isso mesmo,
bastante obscura e vaga. Por isso, quando preso indefinidamente, na Exorbis, o Ser é egocêntrico, é puramente ego, porque não consegue aprofundar-se,
retornando ao Holus profundo.
Inicialmente, imerso, no Holus
profundo, o Ser não pode nem se identificar, nem se reconhecer; é, numa rede de
relações, na Exorbis, que o Ser começa
a se formar e a se identificar, entrando no estado Anima-Em. O problema comum é sempre
o mesmo: antes do ingresso, suas percepções são profundamente alteradas, á medida em que a Exorbis confunde sua
visão da realidade, tornando-a extremamente
caótica e emaranhando essa mesma rede de relações. Esse é o estado Anti-Anima.
A maior dificuldade para retornar
ao Anima-In é ser enredado pela dictiapatis; a rede de conceitos e
anticonceitos produzidos pela Exorbis. A dictiapatis é uma armadilha engenhosa, para confundir o
ser entre o que é, em seu Holus profundo, e as exigências incoerentes da Exorbis.Nessa
fase, a sinkese inicia-se; o ser não consegue distinguir ilusão aparente
da realidade mais profunda. Aqui, a energia egóica adensa-se, distorcendo a
visão da realidade.A mente exaure-se, tentando manter-se coerente, em si
mesma,mas só entrando no Anima-In, o ser consegue distanciar-se da Exorbis,
desemaranhando-se da dictiapatis, finalmente, retornando á sua identidade original.
Por causa disso, o Ser deve
voltar-se para seu Holus profundo, a fim de conseguir reavaliar-se e reavaliar
sua visão da Realidade. Somente no Anima-In, ele pode ser guiado a perceber,
gradualmente, os inúmeros e confusos matizes da Exorbis.
Ao compreender as diversas
tramas que compõem a Exorbis, em sua tessitura aparente, mas complexa,
resguardado, em seu Holus profundo, mas mais consciente para agir na Exorbis, o
Ser ingressa no Anima-Inem. Aqui, ele está confiante em seu Holus
profundo e sentindo-se capaz de interagir na Exorbis, sem deixar-se enredar por
seus intrincados ardis.
Viver no Anima-Inem implica
em desapegar-se de tudo que já foi anteriormente estabelecido, na Exorbis, permitindo-se
novos olhares e novas percepções, pois somente nesse estado profundo, o Ser
pode abrir-se para percepções mais autênticas.
Omninem é tudo que antecede e
ultrapassa o Ser, é a Luz intocada.
Quanto mais o Ser reside no
Anima-Inem, mais se aproxima do Omninem; aqui o Ser percebe o Tudo no Todo, sem
precisar compreender tudo, sem angustiar-se, sem conflitos. Quanto mais o Ser
aproxima-se do Omninem, mais entende a Exorbis, sem prender-se à mesma, e mais
eficientemente constrói suas relações. Quanto mais se aproxima do Omninem, mais
o Ser redescobre-se, resguardando-se, e percebendo mais integralmente a
aparente complexidade da Exorbis.
Estar no Anima-In não
significa fechar-se à Exorbis, tornando-se intransigente com as divergências e
diferenças, mas sim, implica ingressar num estado de intensa interiorização meditativa e contemplativa.
Por isso, se o Omninem é Luz
intocada, a Exorbis é Névoa maleável, por isso mesmo, tornando-se muitas vezes,
uma armadilha sutil e perigosa, para seres mais incautos e tolos, pois sem
forma e sem conteúdo, pode moldar o que quiser, quando quiser e como quiser. O
Omninem é o reverso; é Luz que aclara que desanuvia que traz da Obscuridade
para a Claridade, que leva a Claridade à Obscuridade. O Omninem simplesmente É,
por isso, molda o Ser, a Exorbis está sempre sendo moldada a cada minuto; sua
capacidade de adensar-se é que a torna uma espiral de enganos e ilusões.
O Omninem não permite que a Exorbis
permeie o Holus profundo; resguardando a integridade mais real do Ser, tornando
esse espaço interior, um lugar de refúgio e de repouso.
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